De acordo com Pressman, nas décadas de 1960 e 1970 mudanças
tecnológicas importantes aconteceram, as quais afetaram as especificações de
hardware e construção de computadores e, consequentemente, as de software. Tal
período é conhecido, hoje, como a “crise do software” e suas repercussões são
sentidas até hoje.
Com um hardware mais
capaz, mais memória e velocidades de processamento consideravelmente maiores,
houve um direcionamento da demanda do comércio, indústria e governos por
software capaz de mais funcionalidades, mais útil, que automatiza-se e
simplifica-se muitos dos processos vigentes. Tendo uma importância e valor
comercial cada vez maior, o software começou a ser explorado de maneira
crescente e, com uma complexidade maior, mais gente produzindo e mais software
sendo produzido, é natural que muito desse software apresentasse defeito. Deste
problema, surgiu a área chamada de Engenharia de Software.
Para Bauer, Engenharia
de Software é a criação e a utilização de sólidos princípios de engenharia a
fim de obter software de maneira econômica, que seja confiável e que trabalhe
em máquinas reais. A Engenharia de Software se
concentra nos aspectos práticos da produção de um sistema de software, e como
melhorá-lo.
Segundo a NBR ISO
9000:2005, "qualidade é o grau no qual um conjunto de características
inerentes satisfaz aos requisitos". Ou seja, afirma-se que quando algum
produto ou serviço atende aos requisitos especificados, este produto ou serviço
específico possui qualidade. A qualidade de software,
segundo Pressman, "é a conformidade a requisitos e a características
implícitas que são esperadas de software profissionalmente desenvolvido"
(Pressman, 1995). Rocha et al. (2001) também expõe este conceito de forma
similar: "Qualidade de software pode ser vista como um conjunto de
características que devem ser atingidas em um determinado grau tendo em vista
que o produto atenda às necessidades de seus usuários". A partir das
definições expostas acima têm-se que a qualidade de software é composta por
três objetos: qualidade de processo, qualidade de projeto e qualidade de
produto. Ainda conforme Pressman, existem muitas medidas de qualidade de
software, sendo algumas:
•Corretitude: um programa deve operar corretamente, caso
contrário, será de pouco valor aos seus usuários. Corretitude é o grau em que o
software executa a função que é dele exigida.
• Manutenibilidade: à manutenção de software é responsável
por mais esforço do que qualquer outra atividade de engenharia de software.
Manutenibilidade é a facilidade com que um programa pode ser corrigido se um
erro for encontrado, adaptado se o seu ambiente se modificar ou ampliado se o
cliente desejar inclusões e alterações nos requisitos funcionais. Não existe
nenhuma forma de se medir a manutenibilidade diretamente, deve-se usar medidas
indiretas.
• Integridade: Esse atributo mede a capacidade que um
sistema tem de se suportar ataques à sua integridade, sendo que ataques podem
ser feitos a todos os três componentes do software: programas, dados e
documentos; ataques podem ser feitos de maneira intencional, assim como podem
surgir não intencionalmente.
• Usabilidade: Usabilidade é um termo utilizado para
definir a facilidade com que pessoas podem fazer uso de uma ferramenta ou
objeto a fim de praticar uma tarefa específica e/ou importante. Pode-se referir
também, à usabilidade, como aos métodos de mensurar a usabilidade e ao estudo
de princípios por trás da eficiência percebida, por um sujeito, de um objeto.
Segundo a ISO 9241, usabilidade é a medida pela qual um produto pode ser usado
por certos usuários para alcançar os objetivos desejados com efetividade,
eficiência e satisfação em um dado contexto. Nesse
contexto, medida deve ser entendida como resultados de medição e os processos
utilizados para se obter aqueles valores.
A qualidade do
produto final, entretanto, nunca pode ser garantida. É através de uma
profissionalização e aperfeiçoamento do processo de desenvolvimento de software
que uma empresa produtora de software, ao se chegar a um alto nível de
formalidade e institucionalização de suas práticas de trabalho, atingirá uma
alta qualidade de processo e projeto. Eventualmente, a partir das duas
vertentes de qualidade citadas, se chegará na qualidade do produto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário